Estávamos no longínquo ano de 1998. Eu, aos dezenove, ainda me sentia muito jovem para aquilo. Eu fazia as minhas introspecções e percebia que estava hesitante, inseguro, talvez despreparado para a minha primeira vez! De vez em quando, eu recorria a algum amigo para ter algumas dúvidas dirimidas, porém enquanto uns diziam ser algo tranquilo, outros afirmavam categoricamente que eu deveria me preparar muito para nada dar errado.
Mas como não podia ser diferente, a hora tinha chegado. E nos dias que antecederam os fatos propriamente ditos, eu me preparei. Muito. Não pensava em outra coisa. Tudo na minha vida girava em torno daquilo: "Isso deve acontecer com todo mundo", imaginava eu.
Dúvidas e indagações surgiam recorrentemente. "Será que eu devo dizer isto?", "Será que eu posso fazer assim?", "Será que vai demorar ou vai passar rápido?". Essas perguntas estavam me consumindo. Felizmente, como diria Cazuza, "o tempo não para" e o grande dia chegou.
Antes, porém, de entrar no local, eu estava confiante pois haviam sido dias e dias de preparação e idealização. O problema é que ao chegar, ela já estava lá. Cabelos presos, batom vermelho, calça apertada e com aquele olhar... Como resultado, toda aquela preparação tinha sido esquecida: a maneira como eu ia chegar, o que eu ia falar, tudo fora consumido pelo nervosismo. Subitamente, comecei a suar - parecia uma tampa de chaleira, encostei-me na parede e comecei a balbuciar algumas palavras - desconexas, é verdade - que ainda lembrava. Essa situação parecia irreal. Até então, eu não conseguia imaginar como seria olhar para ela de tão perto. Linda, ela olhava para mim esperando alguma atitude. E eu, bem, eu agi: peguei o meu livro e comecei a explicar todo o programa de conteúdos para aquela série.
Essa foi a primeira vez que eu entrei numa sala de aula. Com relação a "ela", confesso que "ficamos" umas três ou quatro vezes, mas como ela era apaixonada por outro, paramos por aí.
Um Abraço