Imagine a seguinte situação: você vai ao Posto de Saúde de sua cidade com seu filho doente, mas não consegue ser atendido pelo absurdo e cruel fato de não haver médico na unidade de saúde. Você, extremamente indignado, resolve fazer um protesto em praça pública. Se você for sozinho, certamente chamará atenção. Se você for acompanhado de cem pessoas, chamará muito mais atenção. E se quinhentas pessoas acompanharem você no ato, você chamará mais atenção ainda. É bem verdade que, independentemente do número de pessoas, não é possível garantir que a demanda será atendida pela gestão, mas não se pode negar que a possibilidade de êxito é diretamente proporcional à quantidade de pessoas no protesto. Essa ilustração ou alegoria, como preferir, serve para mostrar a essência do trabalho sindical. E mais: serve para mostrar que a força do Sindicato depende da força dos sindicalizados. Isso porque o Sindicato somos nós. Mas parece que muitas pessoas não comungam dessa ideia.
É cada vez mais comum ouvir pessoas reclamando da atuação do Sindicato dizendo que "o sindicato é fraco" ou "o sindicato não resolve nada". Isso não faz o menor sentido. A menos que a sua ideia de Sindicato seja de duas ou três pessoas lutando, colecionando inimizades, desafiando os déspotas, suportando altíssimos níveis de estresse, abandonando suas famílias com o intuito de defender seus direitos enquanto você está em casa de braços cruzados. Não é assim! Não pode ser assim! Se você quer ter um Sindicato forte, doe sua força também! Compareça às assembleias e exponha seus pontos de vista. Critique. Reclame. Reivindique. Mas faça isso no local de direito, não em conversinhas disfarçadas, muitas vezes até no ambiente de trabalho.
Está na hora de nos fortalecermos, pois os donos do poder se organizam e se armam ao passo que nós nos enfraquecemos e nos fragmentamos pelos motivos mais esdrúxulos possíveis.
Não há como negar a complexidade de relacionamento numa agremiação. O sociólogo Max Weber afirma que uma sociedade - e o Sindicato é uma sociedade - sempre será complexa, independentemente da quantidade de pessoas que a formem, por uma motivo simples: cada um interpreta as coisas de uma forma diferente. Isso é necessário, salutar e típico de uma organização democrática de direito. O que não pode acontecer é permitirmos que qualquer desilusão enfraqueça o nosso movimento e tampouco prescindirmos do nosso dever de defender nossa classe. O Sindicato somos nós!
Além disso, precisamos entender que o Sindicato é uma agremiação de caráter deliberativo fundada com o intuito de defender os interesses comuns de uma coletividade. Porém, a instituição não tem o poder de determinar como as coisas acontecerão. O que podemos fazer, e bem, é pressionar os gestores e a Justiça e alertar a sociedade sobre nossos direitos. Nesse sentido, a participação ativa de todos é fundamental.
Assim meus amigos, não desistam da luta. Não enfraqueçam. Não se submetam às ameaças dos poderosos. Mas fortaleçam-se! Busquem força nos seus colegas. Só assim, sendo fortes, é que o Sindicato será forte, pois o Sindicato somos nós!
Um abraço!