quarta-feira, 16 de maio de 2012

DILEMAS DA HUMANIDADE

De onde viemos? Para onde vamos? Dilemas como estes sempre inquietam desde pessoas comuns até os mais renomados cientistas. São dúvidas, questionamentos e perguntas que caracterizam a existência da humanidade. Mas existe uma indagação ainda mais complexa - os professores de Inglês hão de concordar comigo - que é a boa e velha pergunta: "Como é meu nome em Inglês?".
Com a esperança de responder a essa questão de uma vez por todas, os professores falam, explicam, mostram por "A+B" que alguns nomes possuem correspondentes em outras línguas, enquanto outros, não! Mesmo assim, ao final da explicação, o indivíduo pergunta: "Mas professor, como é meu nome em Inglês?".
É muito difícil explicar para alguém chamado FRANCISCLEIDSON, por exemplo, que seu nome é fruto da imaginação por demais fértil dos seus pais, os quais resolveram juntar FRANCISCO, CLEITON e EDSON e o resultado foi essa bizarrice e que esse tipo de artifício é comum em algumas partes do Brasil, resultando em nomes totalmente incomuns.
Outro dia, uma menina chamada CREMILDA queria veementemente saber seu nome em Inglês. Ponderei que não conhecia um correspondente em outras línguas para um nome tão, digamos, peculiar. Mas, como sempre, não a convenci.
E, no meio da conversa, um aluno levanta-se e pergunta:
- Professor, como se diz "preá" em Inglês?
Eu, impaciente por não resolver aquele embrólio, respondi:
- Preá em Inglês é rato-cachorro!!!!
Todos ficaram em silêncio, desconfiados, céticos. Pelo menos, o assunto encerrou-se e eu tive a sensação de dever cumprido nem que seja até a próxima vez em que algum aluno fizer aquela pergunta: "Professor, como é meu nome em Inglês?".




Um Abraço

sábado, 12 de maio de 2012

(DES)CONCENTRAÇÃO


S/I à SEM INTERVALO


Você deve estar se perguntando o que eu quero dizer com isso, não é? Pois bem, explico.
Um dia desses, ao entrar na sala de aula do 8º ano do ensino fundamental, percebi um aluno recostado ao birô, próximo à parede lateral da sala, com a mão na fronte - isso me fez lembrar do "Pensador" de Rodin -  perto do quadro, observando atentamente uma espécie de cartaz cuja função era descrever a rotina escolar dos alunos do turno vespertino.
E, enquanto eu cumprimentava a turma, ele continuava lá. Insistentemente observando aquelas informações. De repente, eu ouvi alguém chamando meu nome: era ele.
-" Professor, venha aqui por favor."
-" Pois não", respondi solicitamente.
E ele, com o dedo apontando para aquela sigla - S/I - cuja representação está no início do texto, perguntou:
- "O que quer dizer isso?"
Nesse momento, eu fiquei sem saber o que fazer. Estupefato com tamanho absurdo, não conseguia acreditar que ele havia me perguntado aquilo. Ele não percebera que existia uma legenda dando conta do significado da sigla e, pior, não entendera que havia uma SETA indicando, apontando para esse significado!
Eu fiquei imaginando o que o simbologista Robert Langdom - aquele mesmo do livro O Código Da Vinci - diria naquele momento. Será que ele seria capaz de decifrar essa sigla?
O que me traz algum alento é o fato de o aluno não ter dito que S/I quer dizer SI...
Esse tipo de absurdo acontece mais frequentemente do que podemos supor. Uma parcela considerável dos alunos conseguem ler, mas não são capazes de interpretar, de entender aquilo que leram. E isso se deve ao déficit de concentração desses alunos. Ler não é apenas decodificar. Ler é, sobretudo, interpretar. Infelizmente, poucos conseguem obter essa competência.

Um abraço.