quinta-feira, 25 de outubro de 2012

É ASSIM!

Dentre as experiências vivenciadas em sala de aula, a de trabalhar com Jovens e Adultos certamente se destaca. Na grande maioria dos casos são pessoas que há muito tempo não encaravam a rotina dos estudos e que trazem para o convívio escolar as suas impressões e convicções sobre a vida.
Pois bem, um dia, quando iniciei minhas andanças pelo mundo da EJA sem saber muito bem o que me esperava, uma jovem senhora trouxe o seu filho para a sala de aula. Ele deveria ter uns 4 ou 5 anos.
A aula seguia seu curso normal. Até que, ao virar-me para a turma, deparei-me com a mulher levantando a blusa  deliberadamente, deixando à mostra seus seios já vencidos pela gravidade. Mas não foi um atentado ao pudor do professor. Foi apenas um gesto instintivo de mãe no sentido de colocar seu filho para mamar.
O menino parecia estar faminto. Ele ficou em pé, recostado à cadeira. A impressão que eu tinha era de que o garoto não comia nada havia uns três dias.
Mas, enfim, quando acabou, sua mãe perguntou:
- "Quer mais?"
- "Se tiver um biscoitinho, eu quero!", respondeu o menino.


Um abraço

sábado, 20 de outubro de 2012

VALORIZAÇÃO

Com o advento da LDB, ainda em meados da década de 90, a valorização dos profissionais do magistério foi um assunto cuja importância consolidou-se. Atualmente, porém, um argumento defendido por economistas e administradores com atuação na educação e até mesmo por especialistas na área ganha força:  o de que salários mais altos para professores não garantem qualidade na educação.
A princípio, essa tese pode ter um fundo de razão. Mas, a partir do momento em que se analisa a educação como um processo dependente de outros aspectos - e não apenas dos professores - chega-se a conclusão de que esse argumento é apenas um sofisma.
Em primeiro lugar, todo profissional deve receber um salário digno. É o mínimo que o indivíduo necessita para exercer suas funções da melhor maneira possível. No caso concreto, o professor, na maioria absoluta das vezes, precisa trabalhar durante dois ou três turnos, aniquilando assim o tempo do qual disporia para planejar suas aulas, preparar atividades de acordo com as necessidades de cada turma e, obviamente, descansar. Isso acontece justamente porque o salário correspondente a um turno de trabalho é insuficiente para garantir ao profissional e à sua família uma vida digna. 
Além disso, valorização profissional não significa apenas aumento de salários, mas também valorização social, cultural e institucional da carreira. O magistério, assim como acontece em países que realmente consideram educação como prioridade, precisa ser uma carreira atrativa. Os profissionais dessa área devem ser tão respeitados quanto médicos, advogados e engenheiros. Os jovens tem que vislumbrar na docência um horizonte promissor tanto do ponto de vista profissional como intelectual. Os indivíduos devem parar com esse romantismo exacerbado de dizer que lecionam apenas por amor e assumir uma posição de lecionar por amor também, mas destacar o desejo de crescimento profissional.
É interessante ressaltar que os professores representam uma parte do todo no que se refere ao processo de educação. Triplicar os salários dos professores e esquecer que as escolas necessitam de reformas estruturais das mais variadas possíveis seria um verdadeiro absurdo. Há muitas escolas sem o mínimo necessário para se trabalhar. E o pior: esquecer do próprio aluno.
Em muitas situações, a responsabilidade pelo baixo aproveitamento dos alunos é jogada nas costas do professor. E nem sempre isso é justo. Ocorre que, cada vez mais, os alunos preferem dar prioridade a outras coisas e secundarizam a importância da educação nas suas vidas. Porém, sempre tem alguém fazendo citações dos grandes teóricos: "O aluno deve ser o sujeito de seu aprendizado!", fazendo referência a Paulo Coelho. Nada contra. Mas, até onde sei, o sujeito é aquele que realiza a ação. E quando os alunos não querem isso? Como fazer? Torná-los objeto para depois torná-los sujeito me parece uma grande contradição. É preciso despertar no aluno o desejo de estudar. É preciso incutir no jovem a noção de que sem educação, não há futuro.
Dessa forma, aumentar os salários dos professores não dará resultado se isso for feito isoladamente, mas a partir  do momento em que o docente se sentir deveras valorizado e tiver respaldo estrutural e institucional a educação irá certamente melhorar.



Um abraço

sábado, 6 de outubro de 2012

UMA QUESTÃO DE LÓGICA

O  professor de matemática de uma determinada escola resolveu falar um pouco sobre lógica para seus alunos. Entretanto, dois alunos no fundo da sala não entenderam muito bem as explicações e decidiram procurar o professor depois da aula.
Um dos alunos, por ser muito tímido, não foi falar com o magíster e ficou aguardando o resultado da conversa.
O seu colega, então, chegou para o professor e disse:
- "Professor, o senhor poderia explicar o que é lógica novamente?"
- "Claro", respondeu o solícito mestre. "É o seguinte: vou te explicar de maneira bem simples. Na sua casa tem aquário?", indagou.
- "Sim, tem.", respondeu o aluno.
- "Bom, se tem aquário, você deve gostar de peixe e se gosta de peixe, também gosta de sereia, já que sereia é metade peixe. E, se gosta de sereia, gosta de mulher porque a sereia é metade mulher. E, se gosta de mulher, você é macho! Viu? Isso é lógica!"
- "Ah, sim. Acho que entendi. Muito obrigado, professor."
Algum tempo depois, o aluno reencontrou seu tímido amigo o qual, sem demora, perguntou:
- "E aí, entendeu o que é lógica?"
- "Claro. Presta atenção que vou explicar! Na sua casa tem aquário?", questionou.
- "Não", disse o colega.
- "Então você é gay!", retrucou.



Um Abraço.