Com o advento da LDB, ainda em meados da década de 90, a valorização dos profissionais do magistério foi um assunto cuja importância consolidou-se. Atualmente, porém, um argumento defendido por economistas e administradores com atuação na educação e até mesmo por especialistas na área ganha força: o de que salários mais altos para professores não garantem qualidade na educação.
A princípio, essa tese pode ter um fundo de razão. Mas, a partir do momento em que se analisa a educação como um processo dependente de outros aspectos - e não apenas dos professores - chega-se a conclusão de que esse argumento é apenas um sofisma.
Em primeiro lugar, todo profissional deve receber um salário digno. É o mínimo que o indivíduo necessita para exercer suas funções da melhor maneira possível. No caso concreto, o professor, na maioria absoluta das vezes, precisa trabalhar durante dois ou três turnos, aniquilando assim o tempo do qual disporia para planejar suas aulas, preparar atividades de acordo com as necessidades de cada turma e, obviamente, descansar. Isso acontece justamente porque o salário correspondente a um turno de trabalho é insuficiente para garantir ao profissional e à sua família uma vida digna.
Além disso, valorização profissional não significa apenas aumento de salários, mas também valorização social, cultural e institucional da carreira. O magistério, assim como acontece em países que realmente consideram educação como prioridade, precisa ser uma carreira atrativa. Os profissionais dessa área devem ser tão respeitados quanto médicos, advogados e engenheiros. Os jovens tem que vislumbrar na docência um horizonte promissor tanto do ponto de vista profissional como intelectual. Os indivíduos devem parar com esse romantismo exacerbado de dizer que lecionam apenas por amor e assumir uma posição de lecionar por amor também, mas destacar o desejo de crescimento profissional.
É interessante ressaltar que os professores representam uma parte do todo no que se refere ao processo de educação. Triplicar os salários dos professores e esquecer que as escolas necessitam de reformas estruturais das mais variadas possíveis seria um verdadeiro absurdo. Há muitas escolas sem o mínimo necessário para se trabalhar. E o pior: esquecer do próprio aluno.
Em muitas situações, a responsabilidade pelo baixo aproveitamento dos alunos é jogada nas costas do professor. E nem sempre isso é justo. Ocorre que, cada vez mais, os alunos preferem dar prioridade a outras coisas e secundarizam a importância da educação nas suas vidas. Porém, sempre tem alguém fazendo citações dos grandes teóricos: "O aluno deve ser o sujeito de seu aprendizado!", fazendo referência a Paulo Coelho. Nada contra. Mas, até onde sei, o sujeito é aquele que realiza a ação. E quando os alunos não querem isso? Como fazer? Torná-los objeto para depois torná-los sujeito me parece uma grande contradição. É preciso despertar no aluno o desejo de estudar. É preciso incutir no jovem a noção de que sem educação, não há futuro.
Dessa forma, aumentar os salários dos professores não dará resultado se isso for feito isoladamente, mas a partir do momento em que o docente se sentir deveras valorizado e tiver respaldo estrutural e institucional a educação irá certamente melhorar.
Só vc pra mim fazer rir kkkkkkkkkkk
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