segunda-feira, 17 de agosto de 2015

MAIS UM SÁBADO É ASSIM...

Imagine, depois de uma semana cansativa e estressante, você tomar um belo banho na sexta à noite e se recolher à sua cama quentinha, encostar a cabeça no travesseiro ávido por algumas horas de descanso e, subitamente, lembrar que quando você acordar, em vez de sábado, você estará numa quinta-feira! O que parece um devaneio é, na verdade, a situação absurda na vida dos professores da minha cidade. Pela terceira vez apenas esse ano, fomos à escola em dia de sábado para dar as aulas da quinta-feira. Mas o que justificaria isso? Haveria uma explicação minimamente lógica para tal absurdo?
Em primeiro lugar, esses sábados letivos são uma tentativa de garantir aos estudantes o direito assegurado pela Lei a duzentos dias letivos. Mas apesar de reconhecer a irrefutabilidade da Lei, todos sabemos que a responsabilidade por um eventual descumprimento da Lei é da (indi)gestão que temos na Secretaria Municipal de Educação. Isso porque, pela enésima vez, o órgão não conseguiu se planejar para iniciar as aulas no período correto e não tem a humildade de admitir a responsabilidade, transferindo-a para professores e alunos.
Além disso, a preocupação do secretário não é a reposição de aulas para os alunos. Ele sabe que essas aulas não funcionam por um motivo simples: os alunos não vem para a escola! E se eu fosse aluno, também não viria. Sábado é um dia destinado ao descanso e ao lazer. A intenção fundamental do gestor é retaliar, é mostrar quem manda, é constranger os professores a estarem na escola, mesmo que não haja três alunos por sala, como aconteceu no último sábado. E pior: mesmo não havendo quórum mínimo para se ministrar uma aula, os professores são obrigados a permanecer na escola até o término do "expediente", sob a ameaça de sofrerem descontos em seus vencimentos. Até os docentes que vem de outras cidades e não encontram alunos tem de permanecer na escola.
Este tipo de atitude revela como essas pessoas pensam a educação. Sem a menor condição técnica, sem ideias que melhorem a qualidade dos serviços e sem respeitar o próximo nem da perspectiva profissional e tampouco pessoal, eles não passam de meros perseguidores sanguinários, vingativos e escamoteadores da dignidade alheia.
Eles sabem que educação não é uma ciência exata. Mesmo quando professores e gestores estão alinhados é difícil conseguir bons resultados. Quando, porém, não existe esse alinhamento, como acontece em nossa cidade, o fracasso do processo é uma certeza. E nenhum esforço, nenhum aceno, no sentido de buscar o entendimento e melhorar as relações, é feito por parte da secretaria, o que deixa claro o seu desinteresse em proporcionar uma educação melhor.
Nesse contexto, mais um sábado foi assim: levantei, fui à escola e vi que, num universo de cerca de 400 alunos, havia, no máximo, uma dezena deles. Nas salas de aula, encontrei cadeiras vazias, às quais desejei um bom dia. Não obtendo resposta, retirei-me da salas... Elas, as salas de aula, estavam mais ou menos assim:










Um Abraço aos meus Colegas e Alunos!

Um comentário:

  1. Pois é, Danilo, e isso está acontecendo, confirme você mesmo mencionou, pelo fato de o secretário pretender, simplesmente, pressionar os professores, uma vez que aluno há na escola em nenhum sábado dito letivo.
    LEMENTÁVEL.

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