Conquistar alguém nunca foi uma tarefa fácil. Na minha época de adolescente era um enorme desafio. Em primeiro lugar, porque não havia redes sociais de modo que o contato era unicamente olho no olho. Quanto mais tímido, menos chance de "descolar" você teria. Além disso, a marcação dos pais era cerrada. Encontrar sua paquera sozinha na praça ou dando sopa em uma festa era um acontecimento raríssimo. Mas as coisas mudam e esses dias eu pude testemunhar como o processo de conquistar uma namorada está, digamos, exótico.
Tudo começou quando percebi, entre uma explicação e outra, meus alunos conversando sobre namoro. Um desses alunos, em especial, chamou-me a atenção pois, até então, o interesse dele se resumia a chamar palavrões. Em tempo: os vocativos presentes nas suas frases sempre eram palavrões. E, movido pela curiosidade, resolvi entrar na conversa.
Com toda aquela empáfia de quem conhece do riscado, comecei a dar conselhos sobre como abordar uma menina, quais coisas deveriam ser ditas, como trabalhar a expressão corporal (claro que não especificarei o que disse , pois não quero correr o risco de ser avaliado pelos leitores, não é?).
A sirene tocou, avisado o término da aula. Eu estava certo de que o menino tinha entendido perfeitamente a mensagem. Para minha surpresa, entretanto, o menino saiu em disparada e deu de cara com sua amada, que vinha em sentido contrário. Quando eu menos esperava, ele pegou uma bola de papel que ele tinha confeccionado carinhosamente durante a aula e lançou em direção à menina. O objeto fez uma trajetória retilínea e acertou o meio da testa da menina. Ela saiu correndo, cambaleando, tentando pegá-lo.
"Que desastre", eu pensei. "Como é que o cara vai conquistar a menina jogando uma bola de papel na sua cabeça? Pode esquecer!", arrazoei com meus botões.
No dia seguinte, porém, ao passar pelo corredor, vi os dois juntos. Ainda sem acreditar, iniciei uma criteriosa investigação para saber se eles estavam namorando. Apesar de os resultados das investigações apontarem para a confirmação do relacionamento, eu ainda não acreditava. A ficha só caiu quando eu perguntei e os dois confirmaram.
Hoje, eu os vi novamente juntos. Fiquei com a impressão de que esse relacionamento será duradouro, talvez termine em casamento. Como cheguei a essa conclusão? Eles começaram a trocar socos e empurrões assim que se encontraram.
Um abraço!
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ResponderExcluir2018 18:50
ResponderExcluirUma forma de conquistar uma dama bastante diferente à tradicional.
No entanto, o honorável garoto, conseguiu de forma inédita galgar a sua paquera.
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ResponderExcluirNo princípio do texto redigido pelo senhor, professor Danilo, fui às lágrimas, primeiro,porque senti um pouco das suas marcas dentro desta obra, e segundo, a comparação retrospectiva que o senhor fez, deu um tom mais lacrimejante na arte.
ResponderExcluirGostei muito, e aprova disso é que, no mesmo momento,fui me inscrever no blog.
Seja bem-vindo, honorável!
ExcluirRealmente, meu caro amigo Danilo, aos olhos de nossa geração isso é, de fato, impactante. Porém, para essa geração atual, tais atitudes são sinônimos de carícias. O respeito pelo outro não está em voga, nem mesmo quando esse outro é a pessoa amada.
ResponderExcluirMeu Deus! Que geração é essa?
E o pior é que pelo que diz, ambas as partes São adeptos de tais comportamentos.
Fico autoindagando: se no início é assim,imagine como será daqui a alguns dias?
É isso, Mauro Marks!
ExcluirSeus textos como sempre,prendem a nossa atenção, realmente não da pra acreditar que tal abordagem acabou em namoro kkkkkkkkk. Como sempre eles não entendem nada do que é ensinado em sala de aula e pelo visto não aprendeu as dicas de um expert.😉😂😂😂😂😂
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