Durante quase 12 anos de sala de aula, eu já testemunhei muitas iniciativas, digamos, politicamente incorretas tomadas pelos alunos. Palavras do mais baixo calão transformadas em pronomes de tratamento, cadeiras e mesas usadas como objetos diretos - para acertar alguém, desinteresse crescendo em progressão geométrica. Houve também um caso em que uma menina empurrou a cabeça da colega dentro da privada, talvez para descobrir como se mede o volume de um sólido geométrico irregular. Contudo, isso não foi o mais grave.
Certo dia, depois que a sirene da escola tocou, decretando o término do intervalo, eu voltei para a sala. Não era qualquer sala! Era aquela! Aquela em que de dez alunos (meninos), oito bagunçavam muito e dois eram mal comportados. E como de costume, os mais responsáveis iam entrando na sala enquanto os outros ainda estavam terminando sua partida de futebol ou sei-lá-o-quê.
Foi então que um deles, usando de toda a sua crueldade e imaginação, escondeu-se atrás da porta, todo suado, e com um gesto maquiavélico, passou a mão nas axilas (aquilo não eram axilas, eram sovacos) e esperou que os amigos entrassem para iniciar seu ataque: passar a mão, gosmenta e perfumada, no nariz do colegas!
O primeiro a experimentar aqueles odores tóxicos, saiu sem fôlego. O segundo, desmaiou. O terceiro, desavisado, foi o que inalou aquela essência por mais tempo e teve que ser socorrido com sintomas de intoxicação e arritmia.
Mas você deve estar se perguntando o que eu, como professor, fiz nessa situação, não é? Bem, quando começava a arrazoar sobre como iria resolver essa problemática, um odor muito forte - parecia uma mistura de crueira, pólvora, queijo suíço e cavalo suado - já afetara meus neurônios e tudo o que fiz foi evacuar a sala, abrir todas as janelas e proibir a entrada das pessoas por, pelo menos, vinte minutos.
Quando você pensa que já viu de tudo, sempre tem alguém com uma invenção nova.
Um Abraço
kkkkkkkkkkk eu sei quem foi o aluno ele estuda comigo atualmente
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